quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sobre a contratação de jogadores - o Gerenciamento de Riscos no Futebol

Estamos vendo ai um movimento "migratório" de jogadores que passaram - e passaram bem pelo ABC -  indo para o rival.
Isso é bom (pra nós), ruim? O ABC poderia ter negociado mais? Como será "a vida" após a saída desses para o rival?

Primeiramente vamos deixar isso nunca foi novidade.
Alberi, nosso maior craque, jogou pelo time rival natalense. Outros grandes exemplos do passado não faltam: Reinaldo Aleluia, Marinho, Silva, e mais recentemente Sandro e Ricardo Oliveira.

O fato é que contratar jogador de futebol é uma tarefa arriscada, bem mais do que qualquer contratar para qualquer outro ramo de trabalho.

O problema é que o futebol passa longe das "melhores práticas" quando o assunto é gerenciamento de riscos. Por outro lado, os três jogadores que saíram do ABC para o rival são jogadores de um certo grau alto de risco. Mas eles podem se dar bem lá? Claro! Risco é risco para os dois lados.

Eu estava lendo essa semana um artigo sobre Gerenciamento de Riscos no Futebol, escrito por Fernando Ferreira da Universidade do Futebol (fernando.ferreira@universidadedofutebol.com.br). Vou publicar trechos aqui.

A aplicação da gestão de riscos nos clubes se justifica por dois motivos. Primeiro, pela necessidade natural de qualquer empresa de se proteger, principalmente no que tange aos riscos financeiros e de imagem. Neste último caso é fácil ver o quão expostos estão os clubes, basta observar os efeitos que problemas de gestão e declarações de alguns dirigentes menos preparados acarretam sobre a marca de instituições centenárias. Aliás, não há nenhum guardião dessas marcas nos clubes.

O segundo motivo para implantação da gestão de riscos está no departamento de futebol em si. Além de lidar com decisões de grande incerteza (que por si só já justificariam a implantação de uma política de riscos), é nele que se concentra a maior parte do orçamento dos clubes. 

Não vou bancar o dono da crítica fácil, pois há profissionais de alto nível nos clubes (e não são poucos), mas como instituições, eles continuam com estruturas e práticas arcaicas.
Alguns exemplos: jogadores que são contratados e “não se adaptam”, contratos renovados fora de uma lógica de risco x retorno, promessas que não vingam e depois explodem em equipes rivais, multas milionárias pagas à técnicos por contratos encerrados antecipadamente, contratações feitas a peso de ouro para aplacar a insatisfação da torcida e conselheiros.


Washington é um caso clássico de contrato mais que arriscado. E quem não lembra das contratações de Sandro e Jean Carioca pelo rival, que não deram certo? O mesmo Jean Carioca - e o ABC sabendo de seu histórico clínico - recontratou-o e encontra-se listado para o ano de 2013 (minhas fontes trucam que ele não fica).

Não renovar os contratos dos 3 jogadores que saíram é tão arriscado quanto o futebol que eles podem apresentar no rival em 2013, pra vocês verem como tudo isso é arriscado.

Vejam, as decisões de investir ou desinvestir em determinado atleta ou treinador equivalem às decisões que uma tesouraria de empresa toma diariamente para aplicar os seus recursos, com a diferença que estes utilizam um conjunto de ferramentas e seguem políticas bem estabelecidas para tomar essas decisões.
Neste momento alguns dirão a frase símbolo da simbiose incompetência comodismo: “mas no futebol é diferente”. De fato, uma decisão envolvendo jogadores é muito complicada, devido ao grande número de variáveis que precisam ser analisadas, mas isso é um argumento a mais para a implantação de políticas que identifiquem melhor os riscos envolvidos e aumentem a chance de sucesso das decisões.


O novo gerente de futebol é um profissional rodado, com sucessos e fracassos mundo do futebol. Saber reconhecer os fracassos é muito bom, pois daí se tira onde não se pode pisar de novo.
Torcer para os riscos serem mínimos para 2013.
Mas também não custa fazer um risco calculado.
Vamos que vamos!

3 comentários:

Renato disse...

O ABC está arrumamdo a casa, não está errado. esses 03 jogadores que saíram, o ABC não quis suas renovações. fala-se em problemas de relacionamento e deve ter sim um fundo de verdade. que venham sangue novo, jogadores compromissados pois a mesmice está fadada ao fracasso. vamos confiar!!

ABC SEMPRE!!
Renato

Maciel disse...

Na minha opinião,os que saíram se foram devido não a motivos extra campo,mas a pendencias que nossa diretoria não teve jogo de cintura pra contornar.Essa de ficar inventando problemas extra campo como justificativa,não passa de desculpa barata!Garanto que se tivesse dinheiro em caixa eles ficavam no mais querido.Todo mundo defendia jérson,defendia renatinho,defendia cascata!Agora que vão pro outro lado não prestam mais!
Se os caras vão ser problemas pra eles,pouco me importa.importa é que lá eles tem gente pra repor de imediato pois os que chegam vão somar com os que já estão!Enquanto nós estamos com o elenco em formação e perdendo as melhores peças por pura incompetencia dessa diretoria,que ao invés de trazer jogador mantém um treinador caro e tras mais um "gerente" ganhando bem demonstrando um contracenso!
Fazer futebol requer risco.
Mas se voce mantiver no seu elenco um sujeito que comprovadamente joga bola,ao invés de arriscar com outros desconhecidos que podem aprovar ou apenas inchar o elenco como aconteceu esse ano,o risco diminui!

João Maria disse...

Gostei da opinião de Maciel. Cascata era ídolo do ABC, mas é bom lembrar que antes ele jogou no América e era banco. Renatinho começou no América e agora tá retornando, nenhuma novidade. O América contratou por que tá precisando de um ala esquerda. Jérson ganhava R$ 27 mil no ABC, vai ganhar R$ 14 no América para compor o elenco. A verdade é que o América manteve uma base para o próximo ano, assim como fez o ano passado e deu resultado. Está fazendo contratações pontuais e sabe do risco de ter contratado Cascata que é apenas um bom jogador e vai brigar pela posição. Aliás, o último ídolo do América foi Souza, por que era um craque. No ABC qualquer jogador comum é taxado de ídolo pela torcida.