quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Francisco Diá, o melhor treinador potiguar do ano

Se vocês virem qualquer enquete em Natal ou no RN que não dê Francisco Diá - torcedor do Mais Querido - como vencedor de título de melhor treinador potiguar do ano, esqueça.

Diá desafiou a lógica e foi de quase rebaixado a possível campeão brasileiro - disputa a final com o Oeste, essa noite (quarta, 28) e sábado (1º). Independente do resultado da final, Diá levou o Icasa pra Série B, coisa que ninguém - ninguém mesmo - esperava.

A própria contratação pelo Icasa já foi algo para ficar marcado, nas histórias inusitadas do futebol cearense.

(do site Globo Esporte Ceará)

- Um presidente 'aculá', chamado Lacerda, gostava muito do treinador Tarcisio Pugliese. Acontece que o (empresário) Artur (Boim) me contratou às 16 horas do dia 24 de setembro. Fiz minha bagagem e falei com minha família. Quando foi às 21 horas, o presidente disse que não precisava mais vir, porque tinham contratado o Pugliese - relata Diá.

Mas Tarcísio Pugliese não era desejo do principal patrocinador do clube, o empresário Artur Boim, e a vinda do treinador não vingou. Voltaram a procurar Diá e, agora, por definitivo. A fama de tirar clubes do rebaixamento foi decisiva para trazê-lo ao Icasa. Pegou o time com o jejum de oito partidas sem vitória, desacreditado, como forte candidato ao rebaixamento para a Série D, com 12 pontos, e precisou enfrentar, além do psicológico abalado do elenco, problemas extra-campo.

- A gente tinha que procurar um jeito, que só com vitórias ia conseguir. Vai aparecer renda, projeção nacional, jogos de TV... Vocês vão ser vistos - lembra o que falava para os jogadores.
Hoje, de acordo com o técnico, seis jogadores já foram procurados por clubes do futebol paulista. Inclusive, o próprio Diá recebeu proposta de outras equipes.

- Reduzi a folha de R$ 140 pra R$ 70 mil. É a mais barata da Série C. O grupo tinha 28 jogadores, com gente ganhando R$ 12 mil sem render. Agora tem 20, com o salário mais alto sendo o do André Turatto, de R$ 10 mil. Ainda subi alguns jogadores da base - esclarece.

Diá afirma tratar os atletas como se fossem seus filhos e, com a filosofia de pai, começou a promover mudanças radicais no time.

- Quando cheguei, encontrei um time com média de idade muito alta. Tinha alguns bons jogadores, mas a média de idade era alta. Falei pra eles que, a partir daquele momento que eu assumia, cada jogo era uma decisão e ia mudar alguma coisa, em termos de posicionamento - conta o treinador.


Antes adepto ao 4-3-3, por vezes num 4-4-2, o time ainda passou por um 3-6-1, antes de encontrar a formação ideal, no 3-5-2. Alguns jogadores mudaram inclusive de função, como foi o caso de Jefferson Recife. Lateral no Mogi Morim, virou meia. Já Thiago Baiano era atacante e se tornou ala. Deu certo.

- Os jogadores adotaram (as mudanças) e o futebol cresceu, porque mesclei a experiência de um (André) Turatto com a energia da garotada.

A soma dos fatores alterou o produto. Abriu mão de um centro-avante de ofício e investiu na velocidade de Niel com Canga, no ataque. Cobra marcação forte e saída rápida da equipe.

- Hoje, não existe espaço para o jogador que não marca nem para o jogador de característica lenta, como alguns centro-avantes. Troquei a lentidão pela velocidade - explica, citando o exemplo de Paulo Henrique Ganso, meia que, de acordo com ele, está em decadência. - Futebol é mais pegada e velocidade - reforça.

- A gente já chegou aí (na final). Agora é rumo ao título. Agradeço muito a Deus por tudo e quero conquistar o título, que não tem dinheiro que pague - finaliza.

Francisco Diá, potiguar, treinador do ano.

Um comentário:

Maciel disse...

O cara é comprovadamente competente,não tem como dizer ao contrário.Deve ganhar bem menos que givanildo oliveira,conhece bem e historicamente os atletas que estão por aqui,tanto do mais querido quanto dos 'outros' clubes e é p. da vida com nosso principal rival!Porque não pegamos ele?Será que pegando um icasa nessas condições citadas,o decadente givanildo teria feito a mesma coisa que diá?Ora,uma coisa é trabalhar num ABC mesmo numa má fase,mas com estrutura,todo apoio necessário e salários de 10.000por jogo independente de ganhar ou perder.Outra coisa é pegar um time do interior do ceará,que na época até sem presidente estava,na zona de rebaixamento,com salários atrasados,sem torcida de massa,sem estrelas e chegar á final da terceirona!Pergunto aos donos da bola:Será que givanildo,com esse feijão com arroz dele,tinha conseguido?